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Alienação que Dilacera


Então, tudo se comprime na paisagem da cidade nua.
Prédios, carros, ruas, becos. BARULHO. A pomposidade dos ricos arranha-céus sombreia as margens das grandes avenidas. A ostentação do que é matéria sobrepõe como um manto escarlate uma legião que adormece esperando seu fim. As vitrines expõem a tendência da moda. As calçadas servem como armadilhas guiando a presa para as mãos de seu verdugo. Tudo preparado minuciosamente como uma bela sinfonia. Cartazes anunciam psico-alucinógenos legalizados como solução para nossos problemas. Pelo menos momentaneamente. Realmente isso tem um fundo de razão. Mas, e quando não fizerem mais efeito? Aceitam devolução? Teremos nosso dinheiro de volta?
Dureza é saber que a resposta é não.

Um dia desses fui a uma casa noturna, próxima de casa para ter contato com o novo mundo. Olhei para os lados, como sempre, rodeado por canalhas. É impressionante como essa geração se dilacera. Como são impetuosos em estimular seus instintos. Sinto-me como a ovelha perdida no covil de chacais.

Música eletrônica regada à cerveja barata e falsos sorrisos.

A batida constante da música soa como címbalos amplificados e distorcidos. Como são estúpidos! Parecem estar em transe, como zumbis. Deleitam-se na vertigem pulsante da melodia, assim como a serpente é atraída pelo tilintar do som. Definitivamente o verdadeiro ninho do inferno.

Em uma atitude cética prossegui entre as fileiras de corpos suados, me esgueirando pelo minúsculo espaço que se forma entre pulos espirais e balanceios esfuziantes. Esse papo de que dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço se torna ridículo aqui. Finalmente encontro a saída. Confundo os rostos que entram e saem. Todos parecem tão iguais! Não suporto a cara desses adolescentes! Radical eu? Imagina...

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